quinta-feira, 24 de junho de 2010

...ninguém pode servir a dois senhores
Minha filha caríssima, não te admires de que o meu servo João temesse e dificultasse vir ao mundo, porque não sabem amá-lo tanto os filhos ignorantes do século, quanto sabem os sábios aborrecer-se dele e temer os seus perigos com ciência divina e luz do alto. Esta tinha em eminente grau o que nascia para percursor de meu Filho santíssimo, e por isso, conhecendo o erro, era natural o temor do que conhecia. Contudo, felizmente, serviu-lhe para entrar no mundo, porque o que mais o conhece e dele se enfada, navega mais seguro nas suas altas ondas e profundezas desordenadas. Com tanta repulsa, incompatibilidade e desprezo do que é terreno começou o ditoso menino a sua missão, que jamais deu tréguas a esta inimizade. Não fez as pazes, nem admitiu as venenosas lisonjas da carne, nem entregou os seus sentidos à vaidade, nem se abriram os seus olhos para vê-la, e nesta procura de se enfadar do mundo e tudo o que nele exista, deu a vida pela justiça. Não pode ser pacífico nem compactuar com a Babilónia o cidadão da verdadeira Jerusalém, nem é compatível solicitar a graça da Altíssimo, estar nela e juntamente manter amizade com os seus declarados inimigos; porque ninguém pôde nem pode servir a dois senhores, nem estar juntas a luz e as trevas, Cristo e Belial.
(Doutrina que deu a Rainha e Senhora do Céu
à venerável madre Maria de Jesus de Ágreda)

Venerável
Madre Maria de Jesus de Agreda oic
"Mistica Ciudad de Dios - Vida de Maria", Libro III - cap. 22, nº 278
Edição: MM. Concepcionistas de Agreda (Soria), Madrid, 1992, pg 459
(Tradução do Espanhol ao Português da responsabilidade do autor deste blog)

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