sábado, 6 de março de 2010

Unificação
“…tenho o desejo de partir
e estar com Cristo…” (Fl 1, 23)
Entra-se no mosteiro para ser monge, quer dizer, para conseguir a unidade. O mundo é dispersão, divisão por isso, divide, dispersa e descentra. O monge, filho deste mundo dividido e disperso, sentiu o chamamento de Deus ao mosteiro, lugar de unificação com o Senhor e com os homens.
Por uma necessidade absoluta de Deus: “Ó Deus, Tu és o meu Deus! Anseio por Ti! A minha alma tem sede de Ti; todo o meu ser anela por Ti, como terra árida, exausta e sem água” (Sl 63 [62], 2) e de viver só para Deus, pois a isso é chamado, o Monge rejeita e abandona tudo aquilo que o possa distrair, dispersar, distanciar, desunir e descentrar de Deus: "... para a alma acertar no caminho para Deus e se unir com Ele, há-de ter a boca da vontade aberta só para Deus, vazia e sem nenhum pedaço de apetite, a fim de que Deus a encha e farte do seu amor e doçura; há-de viver com fome e sede só de Deus, sem querer satisfazer-se com mais nada, ... É o que ensina Isaías quando diz: Todos vós que tendes sede, vinde às águas, etc. (Is 55, 1). Ele convida os que têm sede só de Deus, e o apetite de nada, à abundância das águas vivas da união com Deus.” (São João da Cruz)
O fim desta opção radical por Deus é a união e a comunhão com o próprio Deus e, ser testemunha, para os demais, que “uma só coisa é necessária” (Lc 10, 42), Deus.

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