domingo, 7 de junho de 2009

Ó meu Deus, Trindade que eu adoro,
ajudai-me a esquecer-me inteiramente
para me estabelecer em Vós,
imóvel e pacífica,
como se a minha alma estivesse já na eternidade.
Que nada possa perturbar a minha paz,
nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável,
mas que cada minuto
me faça penetrar mais na profundidade do Vosso mistério.
Pacificai a minha alma,
fazei dela o Vosso céu,
a Vossa morada dilecta
e o lugar do Vosso repouso.
Que eu nunca Vos deixe ai só,
mas que nela esteja inteiramente,
toda desperta na minha fé,
toda em adoração,
toda entregue à Vossa acção criadora.
Ó meu Cristo amado, crucificado por amor,
eu quisera ser uma esposa para o Vosso Coração,
quisera cobrir-Vos de glória,
quisera amar-Vos... até morrer de amor!
Mas sinto a minha impotência
e peço-Vos para me «revestirdes de Vós mesmo»,
identificardes a minha alma com todos os movimentos da Vossa,
me submergirdes, me invadirdes, Vos substituirdes a mim
para que a minha vida não seja senão uma irra­diação da Vossa.
Vinde a mim como Adorador, como Reparador e como Salvador!
Ó Verbo Eterno, Palavra do meu Deus,
eu quero passar a minha vida a escutar-Vos,
quero ser intei­ramente dócil para aprender tudo de Vós.
E depois, através de todas as noites,
de todos os vazios,
de todas as impotências,
eu quero fixar-Vos sempre
e permanecer sob o esplendor da Vossa luz.
Ó meu Astro adorado, fascinai-me
para que eu não possa mais sair da Vossa irradiação.
Ó Fogo devorador, Espírito de Amor, «descei sobre mim»,
para que se faça na minha alma,
como que uma incarnação do Verbo.
Que eu seja para Ele uma humanidade de acréscimo,
na qual Ele renove todo o Seu mistério.
E Vós, Ó Pai, inclinai-Vos para a Vossa pequena criatura,
«cobri-a com a Vossa sombra»,
não vejais nela senão o Bem Amado
no qual «pusestes todas as Vossas complacências.»
Ó meus Três, meu Tudo, minha Beatitude,
Solidão infinita, Imensidade em que me perco,
eu me entrego a Vós como uma presa.
Sepultai-Vos em mim para que eu me sepulte em Vós,
enquanto espero ir con­templar,
na Vossa luz,
o abismo das Vossas gran­dezas.
beata Isabel da Santíssima Trindade ocd

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